
II Seminário do Serviço de Acolhimento Familiar de Guarapuava destaca importância do atendimento multidisciplinar
20/10/2023
188 crianças já passaram pelo programa Família Acolhedora de Guarapuava. Atualmente, 22 crianças estão em situação de acolhimento familiar.
Nesta quinta-feira (19), o Teatro Municipal recebeu o II Seminário do Serviço de Acolhimento Familiar, cujo foco foi o “desenvolvimento da criança e do adolescente na ótica do atendimento multidisciplinar”. O evento foi promovido pela Prefeitura de Guarapuava, por meio do Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (SEMADS).
O seminário, que foi aberto com uma apresentação do Coral Municipal, proporcionou um espaço de discussão sobre o atendimento multidisciplinar em um momento crucial de conscientização sobre o acolhimento familiar. Estiveram presentes integrantes da rede de atendimento, municípios vizinhos interessados na temática e acadêmicos.
Elenita Luiza Lodi, secretária de Assistência Social de Guarapuava, expressou sua emoção ao participar deste seminário, agora fora da equipe técnica do Programa Família Acolhedora, à qual fez parte por um bom tempo:
“Não estou mais na equipe técnica, mas eu tenho muita paixão pelo Família Acolhedora, pela diferença que essas famílias fazem na vida dessas crianças e adolescentes. Quando uma criança sai de sua família original, é o momento de maior vulnerabilidade, incerteza e de medo. Por mais que tenha uma situação que seja necessária uma medida protetiva, ele está indo para o desconhecido. Por isso, precisa ser acolhida, ela tem que ser amada, ela tem que ser respeitada, e as famílias acolhedoras de Guarapuava, falo com total segurança, estão preparadas para dar tudo isso a essas crianças, muito graças a esse programa”, destacou a secretária.
Além de debater a importante questão do atendimento multidisciplinar, o evento teve como objetivo divulgar o trabalho do Programa Família Acolhedora e incentivar o cadastro de novas famílias dispostas a oferecer carinho, atenção e afeto individualizado a crianças e adolescentes em situação de risco pessoal e social. O programa, lançado em 2017, é responsável por cadastrar e capacitar famílias guarapuavanas para acolher em seus lares crianças, adolescentes ou grupos de irmãos, com um período máximo de permanência de dois anos.
“O evento foi pensado com muito carinho. A Família Acolhedora tem ganhado espaço, estamos aí desde 2015 discutindo a lei, não foi um processo simples. Implantamos em 2017 e estamos aí percorrendo uma grande jornada. Hoje é mais uma prova da consolidação e do sucesso desse programa”, sublinhou Regiane Cristina Lopes de Moraes, coordenadora do Serviço de Acolhimento Familiar.
M. C, é uma das participantes do Programa Família Acolhedora, compartilhou sua experiência de acolher crianças em sua casa, enfatizando como essa ação tem impacto positivo na vida das crianças, bem como na de suas famílias de acolhimento.
“Nós só somos uma ponte. Eles estão passando por um momento bem difícil da vida deles. Até que se resolva a situação, se voltam para a família de origem ou serão adotadas, nós temos que fazer a diferença. Não vamos mudar o mundo, mas enquanto estão conosco, nós procuramos fazer o melhor para eles. E nós estamos realizados, minha família e eu, adoramos o que fazemos”, afirmou.
O seminário contou com a participação de profissionais da área, incluindo neurologistas, pedagogos, psicólogos e psicopedagogos, além de representantes da Vara da Infância e Juventude e do Programa Família Acolhedora. O evento também trouxe uma roda de conversa com diversos especialistas, como Aline Xavier Franceschi, Franciela Silvestri, Aline Besen Tomasi, Aurelio Bona, Giselle Priscilla Gartner e Derick Sulivan Laureano. Além disso, o teatro recebeu a presença de pessoas de diferentes lugares da região.
Lucinha Camilo, que veio de Pitanga para acompanhar o evento, ressaltou o trabalho feito em Guarapuava.
“Fui técnica do programa Família Acolhedora no município de Pitanga e para ‘mim’ é de extrema importância estar ouvindo e principalmente visualizando a ampliação do programa nos municípios do estado do Paraná. O Família Acolhedora é de extrema relevância para as crianças em fase de desenvolvimento e principalmente essa interação, esse trabalho em rede, essa importância das famílias. O que a gente quer hoje é que as famílias sejam aptas ao programa porque esse programa só tem efetividade com a participação da sociedade e da família”, disse.
O evento concluiu com um apelo para que a sociedade reconheça publicamente o valor do trabalho das famílias acolhedoras e continue a apoiar essa iniciativa que faz a diferença na vida de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.