
Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres realiza visita técnica à Cadeia Pública de Pitanga
27/09/2023
Parceria entre instituições busca transformar a vida de detentas em Pitanga or meio da educação e do trabalho.
Nesta terça-feira (26), a Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres de Guarapuava (SPPM) realizou uma visita técnica à Cadeia Pública Feminina de Pitanga para avaliar a possibilidade de oferecer cursos e programas educacionais para as detentas. O encontro reuniu autoridades locais, representantes da Polícia Penal, SESI, SENAI, prefeitura de Guarapuava, Conselhos da Comunidade de Guarapuava e de Pitanga, todos determinados a buscar melhorias para as mulheres encarceradas, que enfrentam carências significativas em termos de educação e oportunidades de trabalho.
A cadeia pública de Pitanga desempenha um papel fundamental na região de Guarapuava, recebendo mulheres detentas de nove municípios diferentes. Contudo, a falta de estrutura e oportunidades educacionais e de trabalho têm sido um desafio constante para essas pessoas. A reunião foi um esforço conjunto na tentativa de resolver o problema e garantir que as detentas tenham acesso aos recursos necessários para a sua reabilitação.
“A garantia de acesso de direitos pelas mulheres encarceradas é algo que está previsto no Plano Municipal de Política para as Mulheres de Guarapuava. E desde que a carceragem feminina não está mais aqui no Município e está toda concentrada aí em Pitanga, a gente vem unindo esforços para garantir, realmente, o acesso aos mesmos direitos que elas já acessavam aqui em Guarapuava. Estamos atuando mais como articulador e apoiador dessas ações e não como viabilizador de recursos, como articulação, apoio e parceria junto à Polícia Penal e o Conselho da Comunidade de Pitanga”, enfatizou a secretária de Políticas Públicas Para Mulheres de Guarapuava, Priscila Schran.
Marlon Rafael Psionni, coordenador regional da Polícia Penal de Guarapuava, falou da importância da colaboração entre as partes envolvidas. “O objetivo da reunião em Pitanga foi unir forças entre as diversas instituições com um único objetivo: trazer melhorias para as sentenciadas da cadeia pública de Pitanga, que hoje se encontram em uma situação de necessidade de atendimento educacional, de cursos profissionalizantes, de trabalho, para que elas possam remir a sua pena”, afirmou Psionni.
Entre as medidas propostas para atender a essas necessidades urgentes, destaca-se a parceria com o SENAI e o SESI para trazer a “carreta do conhecimento” para o presídio. Trata-se de uma unidade móvel que oferece cursos profissionalizantes e educacionais, possibilitando que as detentas adquiram novas habilidades e conhecimentos. Além disso, planeja-se construir um espaço físico adequado dentro do presídio, um barracão que permitirá o desenvolvimento de diversas atividades, incluindo canteiros de trabalho e cursos técnicos profissionalizantes.
Existem 60 detentas no local, e os cursos oferecidos têm uma carga horária de 80 horas, com duração de 20 dias. Ao fim do período, 40 detentas teriam concluído sua formação profissional. Essa iniciativa contaria, também, como remição de pena.
Anderson França Uchak, chefe das cadeias públicas da região de Guarapuava, falou sobre uma linha de planejamento para facilitar a execução dos projetos. “Ainda dentro dessa linha de planejamento, dessa linha de ação, propõe-se também, um projeto em parceria com o Conselho da Comunidade, para que os espaços físicos dentro das unidades sejam ampliados. É preciso que se tenha locais adequados para que se possa desenvolver essas atividades”, disse.
Além dos cursos profissionalizantes, está sendo desenvolvido um projeto de remição de pena pela leitura para as presas. Esse projeto permitirá que as detentas leiam livros e apresentem resenhas, que serão avaliadas por profissionais da área de educação, contribuindo para sua reabilitação e redução dos dias na prisão.
Marcos Maria, diretor do SENAI, falou do compromisso da instituição em oferecer oportunidades educacionais para o público encarcerado, anunciando a oferta de cursos como assistente administrativo, almoxarife e auxiliar de recursos humanos, além do curso de corte e costura industrial, que será ministrado na carreta de confecção.
A visita técnica foi o primeiro passo dado pela SPPM para a implantação desses cursos. Agora, a Secretaria concentrará seus esforços na construção de um projeto detalhado, em conjunto com as outras instituições.